Diário do Mercado na 3ª feira, 19.02.2019
Expectativa com entrega da reforma da previdência induz alta
Comentário.
Os investidores escolheram se posicionar hoje, antecipando-se a possível entrega nesta quarta-feira do texto da reforma da previdência pessoalmente pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional.
De outra mão, o mercado terminou absorvendo com serenidade a notícia, que vinha circulando faz alguns dias, da troca de comando na Secretaria-Geral da Presidência da República.
Nem a divulgação que a privatização da Eletrobras poderá ficar para o próximo ano tirou o ânimo dos agentes. Também, o melhor humor doméstico ainda foi beneficiado pelas elevações, na volta do feriado de ontem nos EUA, dos índices das bolsas de Nova York, com ganhos liderados pelo setor de tecnologia.
Já o dólar norte-americano perdeu força no mercado internacional, com o mercado doméstico indo na mesma linha, levando a divisa a encerrar cotada a R$ 3,7030 (-0,83%).
Nos juros futuros, destaque para o recuo na parte mais longa da curva de estrutura a termo das taxas de juros futuros (DIs), que acompanhou viés mais favorável do dia.
Ibovespa.
O índice já abriu ascendente e operou em alta ao longo de toda a sessão, já testando os 98 mil pontos antes da segunda hora da tarde. Entre as blue chips, destaque para as ações da Petrobras e para o setor de bancos – o maior, com a Vale também findando positiva.
O Ibovespa fechou aos 97.659 pts (+1,19%), acumulando variações de +0,14% na semana, +0,27% no mês, +11,12% no ano e +15,17% em 12 meses. O regular giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 15,189 bilhões, sendo R$ 14,657 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 15 de fevereiro (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro em R$ 276,9 milhões, apurando saldo negativo de R$ 696,7 milhões em fevereiro. O superávit acumulado no ano situa-se em R$ 822 milhões.
Agenda Econômica.
O IGP-M avançou 0,55% na segunda prévia de fevereiro, contrapondo o recuo de 0,01% na segunda prévia de janeiro, segundo dados da FGV. O índice acumula variações de 0,55% no ano e de 7,24% em 12 meses.
Já a arrecadação de impostos federais somou, em janeiro, R$ 160 bilhões, acima da mediana de projeções do mercado e da leitura de dezembro.
Câmbio e CDS.
A divisa norte americana encerrou em queda frente ao real, refletindo o movimento generalizado de desvalorização do dólar no mercado externo, internamente, o mercado espera maiores informações sobre a reforma da previdência.
O dólar comercial (interbancário) encerrou em R$ 3,7150 (-0,51%), acumulando variações de +0,27% na semana, +1,56% no mês, -4,13% no ano e uma valorização de +14,87% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil fechou em 163 pts, versus 162 ontem.
Juros.
Sincronizado com o movimento de queda do dólar, os juros futuros encerraram a sessão regular desta terça-feira em baixa, principalmente nos contratos mais longos, revertendo as altas do dia anterior, em meio a expectativas do encaminhamento da agenda de medidas de reformas.
O DI para janeiro de 2020 passou de 6,39% de ontem para 6,38% hoje. O DI para janeiro de 2021 encerrou em 6,99% ante 7,00% de ontem. O DI para janeiro de 2023 caiu de 8,12% para 8,06%. O DI para janeiro de 2025 finalizou na mínima em 8,56% de 8,66% da véspera.
Para a semana.
No Brasil, ganham relevo as divulgações do IPCA-15 e Pnad Contínua (emprego), bem como tem grande importância a criação de vagas formais (Caged), referente a janeiro. Já no exterior, destaque para a ata da última reunião do Fomc, prévias dos PMIs Manufatura e PIB alemão.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3ª feira, 19.02.2019, elaborado por HAMILTONALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.